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Magalu tem investigação após denúncia anônima. Veja o motivo
A Magazine Luiza (MGLU3) comunicou hoje (14) a identificação de incorreções nos registros contábeis de bonificações a fornecedores. Com isso, a Magalu informa que isso levou à revisão das demonstrações financeiras, conforme informado em um fato relevante.
Inicialmente, a empresa destacou que as imprecisões contábeis surgiram durante investigações internas conduzidas com a colaboração da TozziniFreire Advogados e da PwC, após uma denúncia anônima mais ampla, que não se confirmou em março deste ano.
Na ocasião da denúncia, a varejista afirmou que a mesma envolvia três distribuidores, responsáveis por cerca de 3,5% do total de compras em 2022. Alegava-se a existência de bonificações relacionadas a transações com fornecedores e distribuidores.
Em entrevista a imprensa, Roberto Belissimo, diretor financeiro da Magazine Luiza, detalhou os equívocos identificados. Entre eles estão lançamentos prematuros de bonificações antes do cumprimento das obrigações, contrariando o CPC 47.
Os erros impactariam o patrimônio da empresa em R$ 829,5 milhões. Entretanto, a companhia planeja usar créditos fiscais de R$ 688,7 milhões para mitigar o impacto no patrimônio líquido, resultando em R$ 507,4 milhões líquidos de impostos.
Magalu explicam os erros
As incorreções derivam das chamadas notas de débito, utilizadas para o reconhecimento contábil de receitas de bonificações a fornecedores. Algumas dessas notas foram emitidas e assinadas sem observar rigorosamente as obrigações de desempenho, variáveis conforme cada negociação.
Assim, a empresa corrigiu os registros contábeis correspondentes, refletidos nas demonstrações financeiras do terceiro trimestre divulgadas hoje.
Além disso, apesar da redução acumulada de R$ 829,5 milhões no patrimônio líquido desde junho, a empresa destaca que o impacto líquido nos fluxos de caixa é nulo. O reconhecimento de R$ 688,7 milhões em créditos tributários resultou em um lucro líquido de R$ 331,2 milhões no terceiro trimestre.
Nesse sentido, o impacto nas contas de CMV e fornecedores não afetou o fluxo de caixa operacional. Entretanto, para corrigir isso, a empresa está implementando novas medidas de gestão e governança, incluindo o sistema automatizado TradeLinks.
Roberto Belissimo enfatiza que essas medidas visam corrigir lançamentos antecipados de bonificações, totalizando um impacto de R$ 830 milhões, assegurando eficiência na gestão.
“Implementamos ações para aprimorar a governança e o controle interno. Também reconhecemos créditos tributários, resultando em um impacto positivo no patrimônio líquido. Estes ajustes refletem nosso compromisso com a transparência e a gestão eficaz”, concluiu.
Em notas explicativas, a empresa destacou a revisão dos números de 2022, não auditados, diante das incorreções identificadas, alterando, por exemplo, o prejuízo líquido do terceiro trimestre do ano passado para R$ 190,9 milhões, ante R$ 166,8 milhões anteriormente divulgados.
Adicionalmente, a Magalu a anunciou medidas aprovadas para fortalecer os controles internos, incluindo a revisão das matrizes de riscos e melhorias no sistema automatizado de gestão de verbas de fornecedores.