Ibovespa recua e dólar oscila com tarifas de Trump – Saiba como isso afetará seu bolso - Mercado Hoje
Conecte-se conosco

Mercado

Ibovespa recua e dólar oscila com tarifas de Trump – Saiba como isso afetará seu bolso

Filipe Andrade

Publicado

em

ibovespa e dolar oscilam
Publicidade

O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, opera em queda nesta segunda-feira (31). Atualmente, o indicador recua 0,88%, aos 130.742,14 pontos. Enquanto isso, o dólar cede 0,18%, cotado a R$5,7499 na venda. Assim, o mercado financeiro brasileiro reflete a crescente aversão ao risco global. Portanto, investidores demonstram cautela diante do iminente anúncio de novas tarifas comerciais pelos Estados Unidos.

Além disso, o clima tenso nos mercados internacionais contamina os negócios locais. Logo, as bolsas ao redor do mundo apresentam quedas expressivas. Consequentemente, o Ibovespa segue a tendência global de aversão ao risco. Desse modo, setores importantes como mineração e bancos sofrem perdas significativas no pregão.

No entanto, alguns papéis conseguem nadar contra a maré. Então, empresas como Pão de Açúcar e Banco de Brasília registram fortes altas. Assim, essas ações destacam-se positivamente em um dia predominantemente negativo. Depois disso, analistas recomendam cautela nos próximos dias.

Ibovespa em queda

A preocupação dos investidores concentra-se nas recentes declarações do presidente norte-americano. Por isso, o mercado reagiu negativamente às notícias vindas dos EUA. Anteriormente, Trump havia sinalizado medidas mais seletivas. Contudo, sua fala de domingo (30) mudou completamente o cenário.

De fato, o republicano afirmou que as tarifas afetarão todos os países sem exceção. Portanto, essa mudança de posicionamento surpreendeu negativamente os mercados globais. Logo, o que antes parecia uma ação limitada agora ganha contornos de uma possível guerra comercial global.

Trump já implementou diversas medidas protecionistas importantes. Primeiramente, aplicou tarifa de 20% sobre produtos chineses. Em seguida, instituiu tarifas de 25% nas importações de aço e alumínio. Além disso, impôs tarifas de 25% sobre mercadorias do Canadá e México. Por fim, anunciou tarifas de 25% sobre as importações de automóveis.

Desta forma, o conjunto de ações protecionistas preocupa especialistas do mercado financeiro. Consequentemente, instituições como o Goldman Sachs revisaram suas projeções. Assim, o banco elevou a probabilidade de recessão nos EUA para 35%. Portanto, o risco de desaceleração econômica global aumenta consideravelmente.

As consequências podem ser severas para a economia mundial. Primeiramente, um aumento generalizado de preços. Em seguida, retração na atividade econômica global. Além disso, há volatilidade nos mercados financeiros. Por fim, desvalorização de moedas emergentes frente ao dólar americano.

Todavia, alguns analistas acreditam que parte dessa reação é exagerada. Afinal, ainda não se conhecem todos os detalhes das medidas. Assim, o mercado antecipa o pior cenário possível. No entanto, a implementação pode ser mais gradual ou menos abrangente que o anunciado.

Dados econômicos e expectativas de mercado: 

No cenário doméstico, o Banco Central divulgou hoje seu tradicional Relatório Focus. Assim, os analistas consultados mantiveram projeções importantes. De fato, a inflação permaneceu em 5,65% para 2025. Igualmente, a expectativa para 2026 ficou estável em 4,50%.

Entretanto, houve pequenos ajustes em outros indicadores importantes. Por exemplo, a previsão do PIB para 2025 recuou de 1,98% para 1,97%. Similarmente, as expectativas para o dólar sofreram redução. Portanto, a cotação esperada para o fim de 2025 passou de R$ 5,95 para R$ 5,92.

A manutenção das projeções de inflação traz sinais mistos para o mercado. Primeiramente, indica estabilidade nas expectativas. Contudo, os valores ainda estão acima da meta do Banco Central. Consequentemente, a autoridade monetária deve manter postura vigilante. Logo, cortes na taxa Selic podem demorar mais que o inicialmente previsto.

De modo similar, a estabilidade da projeção para a Selic em 15,00% para o fim de 2025 reforça essa visão. Além disso, para 2026 a taxa básica de juros permaneceu em 12,50%. Então, o mercado trabalha com um cenário de juros elevados por período prolongado. Assim, investimentos em renda fixa seguem atrativos no médio prazo.

Além do Focus, outros dados econômicos chamam atenção no cenário doméstico. Por exemplo, o resultado fiscal do setor público consolidado. De fato, os números mostram desafios persistentes nas contas públicas. Portanto, o governo enfrenta dificuldades para equilibrar receitas e despesas.

Ademais, indicadores de atividade econômica mostram resistência da economia brasileira. Assim, setores como serviços e varejo apresentam dados positivos. No entanto, a indústria ainda enfrenta obstáculos para uma recuperação mais robusta. Logo, o crescimento econômico permanece desigual entre os setores.

Destaques corporativos

Apesar do cenário negativo para o Ibovespa, algumas ações destoam positivamente no pregão. Por exemplo, o Pão de Açúcar (PCAR3) dispara mais de 6% no início do dia. Portanto, a varejista lidera as altas do índice. De fato, a empresa entrou no radar após movimentação do empresário Nelson Tanure.

O fundo Saint German, controlado por Tanure, solicitou convocação de assembleia extraordinária. Assim, o objetivo é destituir todo o conselho da companhia. Consequentemente, investidores apostam em mudanças significativas na gestão. Logo, as ações reagiram com forte valorização.

Em seguida, aparece o Banco de Brasília (BSLI3) com alta superior a 68%. De fato, os papéis saltaram após anúncio de aquisição do Banco Master. Portanto, a operação estimada em R$ 2 bilhões movimenta o mercado. Assim, o BRB adquire 60% das ações do Master e suas operações, incluindo o will bank e o Credcesta.

No entanto, a aprovação do negócio pelo Banco Central ainda gera incertezas. Aliás, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, encontra-se hoje com o presidente do BRB. Então, o mercado aguarda mais detalhes sobre a transação. Contudo, os investidores já reagem positivamente à notícia.

Entre as maiores empresas, a Petrobras (PETR4) consegue sustentar leve valorização. Assim, a petroleira contraria a tendência geral do mercado. Provavelmente, a alta nos preços internacionais do petróleo beneficia a companhia. De fato, o barril do tipo Brent avança 1,43%, cotado a US$ 74,68.

Por outro lado, a Vale (VALE3) apresenta queda de mais de 2%. Portanto, a mineradora pressiona negativamente o Ibovespa. Aliás, a empresa possui peso significativo na composição do índice. Consequentemente, sua desvalorização impacta fortemente o desempenho geral.

No setor bancário, predominam as quedas entre os grandes bancos. Por exemplo, Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3) operam em território negativo. Assim, esses papéis contribuem para a queda do índice. Afinal, o setor financeiro possui peso relevante na composição do Ibovespa.

Perspectivas para a semana

A semana reserva dados importantes para os mercados globais. Primeiramente, o relatório de emprego dos EUA (Payroll) na sexta-feira. De fato, esse indicador é fundamental para calibrar expectativas sobre a política monetária americana. Portanto, qualquer surpresa pode gerar forte volatilidade.

Além disso, números de PMI industrial nos Estados Unidos e China entram no radar. Assim, esses dados ajudam a mensurar o ritmo da atividade econômica global. Consequentemente, impactam diretamente empresas exportadoras listadas no Ibovespa.

No Brasil, destaca-se a divulgação da produção industrial de fevereiro. Então, o indicador mostrará como o setor tem reagido aos juros elevados. Além disso, o IGP-DI de março oferecerá mais dados sobre a inflação no atacado. Portanto, esses números influenciarão as expectativas sobre a política monetária doméstica.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participa hoje de conferência em Paris. Assim, investidores acompanharão atentamente suas declarações. De fato, qualquer sinalização sobre a política fiscal pode mover os mercados. Logo, declarações sobre gastos públicos ou medidas de arrecadação ganham relevância especial.

No campo corporativo, terminou a temporada de balanços do quarto trimestre de 2024. No entanto, as empresas já começam a preparar os números do primeiro trimestre de 2025. Então, o mercado começa a ajustar suas expectativas para os próximos resultados. Assim, possíveis prévias operacionais podem influenciar as cotações.

A partir da terça-feira (1), a Receita Federal libera a declaração pré-preenchida do Imposto de Renda 2025. Ademais, o novo aplicativo da Receita estará disponível. Portanto, contribuintes terão acesso facilitado às informações para prestar contas ao fisco. Logo, esse processo deve movimentar recursos no mercado financeiro.

De modo similar, hoje ocorre o pagamento do lote residual da restituição do Imposto de Renda. Assim, 120.039 contribuintes receberão um montante total de R$253.876.963,84. Consequentemente, esse recurso pode aumentar a liquidez no mercado. Portanto, é mais um fator a ser considerado no curto prazo.

Mercado global em alerta

Publicidade

A agenda internacional permanece dominada pelas tarifas americanas. Porém, outras questões também merecem atenção. Por exemplo, a China reforçou seu compromisso com a abertura econômica. Assim, o país asiático busca incentivar o investimento estrangeiro. Logo, essa postura contrasta com o crescente protecionismo americano.

Na Europa, dados de inflação na Alemanha trouxeram boas notícias. De fato, o índice desacelerou mais que o esperado em março. Portanto, isso aumenta as chances de novos cortes de juros pelo Banco Central Europeu. Consequentemente, um ambiente monetário mais frouxo na Europa pode beneficiar mercados emergentes como o Brasil.

Enquanto isso, Wall Street abre em forte queda. De fato, os principais índices americanos recuam mais de 1%. Assim, S&P 500 e Nasdaq atingem mínimas de mais de seis meses. Portanto, o pessimismo não se restringe aos mercados emergentes. Consequentemente, ativos de risco são penalizados globalmente.

O índice VIX, conhecido como “medidor do medo”, dispara mais de 11%. Assim, a volatilidade aumenta significativamente nos mercados. De forma similar, o ouro atinge novos picos. Portanto, investidores buscam proteção em ativos considerados seguros. Logo, esse movimento reflete claramente o aumento da aversão ao risco.

No mercado de criptomoedas, o bitcoin cai para a casa dos US$ 82 mil. Contudo, sua dominância atinge 58% do mercado total. Assim, a principal criptomoeda captura recursos com mais força que as alternativas. No entanto, o setor como um todo sofre com a redução do apetite por risco.

O petróleo, por sua vez, avança mais de 2% no caso do WTI. Similarmente, o Brent sobe mais de 1%. Portanto, as commodities energéticas resistem ao pessimismo generalizado. Consequentemente, empresas do setor podem se beneficiar desse movimento. Assim, ações ligadas a petróleo e gás apresentam melhor desempenho relativo.

Estratégias para investidores

Diante desse cenário desafiador, investidores precisam ajustar suas estratégias. Primeiramente, a diversificação ganha ainda mais importância. Assim, distribuir recursos entre diferentes classes de ativos reduz riscos. Portanto, não concentre todos os investimentos em um único segmento.

Além disso, ativos de renda fixa seguem atrativos. De fato, com a Selic em 14,25% ao ano, os títulos públicos oferecem bom retorno. Consequentemente, produtos como Tesouro IPCA+ apresentam taxas próximas a 8%. Assim, esses investimentos proporcionam proteção e rendimento superior à inflação.

Para quem mantém posições em ações, a seletividade é fundamental. Logo, empresas com bons fundamentos e menor exposição externa podem sofrer menos. Portanto, analise cuidadosamente os setores antes de investir. Assim, é possível encontrar oportunidades mesmo em mercados adversos.

A Ágora Investimentos divulgou hoje sua carteira recomendada para abril. Então, a casa incluiu BTG Pactual (BPAC11) e Assaí (ASAI3) entre suas indicações. Além disso, completam a seleção: Copel (CPLE6), Eletrobras (ELET6), Embraer (EMBR3), Itaú (ITUB4), JBS (JBSS3), Petrobras (PETR4), Sabesp (SBSP3) e Vale (VALE3).

Investimentos no exterior também podem funcionar como hedge. Assim, diversificar geograficamente ajuda a reduzir o risco país. Contudo, o momento exige cautela também nas alocações internacionais. Portanto, priorize mercados e setores menos expostos às tensões comerciais.

No mercado imobiliário, fundos de investimento (FIIs) apresentam comportamento misto. Por exemplo, o Ifix, índice que reúne os principais fundos imobiliários, avança 0,23%. Porém, casos como o RBR Properties (RBRP11) mostram que riscos persistem. De fato, o fundo rescindiu contrato com locatária inadimplente.

Cenário técnico e perspectivas

Tecnicamente, o Ibovespa testa importantes suportes. Primeiramente, a região dos 130 mil pontos representa uma barreira psicológica. Além disso, médias móveis de curto prazo funcionam como referências. Portanto, rompimentos desses níveis podem acelerar movimentos de baixa.

Por outro lado, o índice de volatilidade da bolsa brasileira (VXBR) sobe mais de 6%. Assim, as oscilações tendem a aumentar nos próximos dias. Consequentemente, operações de curto prazo exigem maior cautela. Logo, stop loss bem posicionados ganham importância adicional.

Além disso, a disputa pela formação da Ptax marca o encerramento do mês. De fato, esse referencial calculado pelo Banco Central influencia a liquidação de contratos futuros. Então, agentes financeiros tentam direcioná-la para níveis mais convenientes às suas posições. Assim, essa dinâmica pode amplificar movimentos no mercado cambial.

De acordo com análises gráficas, ações como CPFL Energia (CPFE3) e Hypera (HYPE3) apresentam potencial de alta. Contudo, papéis como Eletrobras (ELET3) indicam possibilidade de queda. Portanto, operadores de day trade devem ficar atentos a essas oportunidades. Assim, é possível aproveitar a volatilidade para operações de curtíssimo prazo.

Em relação às commodities, o minério de ferro segue pressionado. Logo, isso explica parte da fraqueza nas ações da Vale. Por outro lado, o petróleo mostra recuperação. Consequentemente, esses movimentos influenciam diretamente o comportamento do Ibovespa.

Por fim, o mercado aguarda definições mais claras sobre as tarifas americanas. Assim, até quarta-feira (2), a volatilidade deve permanecer elevada. Portanto, investidores mais conservadores podem adotar postura defensiva. Consequentemente, posições mais agressivas ficam reservadas para após o anúncio oficial de Trump.

Ibovespa e o cenário de longo prazo

Apesar do momento desafiador, analistas identificam valor no mercado brasileiro. Por exemplo, um gestor com R$ 19 bilhões em carteira afirmou recentemente: “Muito difícil apostar contra um país com esse nível de preço”. Assim, na visão de longo prazo, o Ibovespa apresenta valuations atrativos.

De fato, muitas empresas negociam abaixo de seus valores históricos. Portanto, investidores com horizonte mais longo podem enxergar oportunidades. Assim, momentos de incerteza frequentemente geram chances de compra a preços descontados. Logo, a estratégia de acumulação gradual ganha relevância nesse contexto.

Além disso, o Brasil possui vantagens comparativas importantes. Por exemplo, produção de commodities essenciais. Ademais, nosso sistema financeiro mostra solidez considerável. Portanto, fundamentos de longo prazo seguem relativamente preservados. Consequentemente, a recuperação tende a ocorrer quando as incertezas externas diminuírem.

Publicidade

O descompasso entre bolsa e dólar observado nos últimos meses deve encontrar equilíbrio. Primeiramente, a moeda americana atingiu máxima histórica de R$ 6,30. Em seguida, o Ibovespa encolheu até 119 mil pontos. No entanto, parte desse movimento foi exagerado. Assim, correções naturais ocorrem quando o pessimismo extremo se dissipa.

Por fim, o mercado brasileiro permanece subrepresentado em portfólios globais. Então, qualquer melhora no sentimento pode atrair capital estrangeiro. Portanto, essa dinâmica tende a beneficiar o Ibovespa no médio prazo. Desse modo, investidores pacientes possivelmente serão recompensados após a turbulência atual.

Portanto, apesar dos desafios imediatos, o Ibovespa mantém perspectivas construtivas para horizontes mais longos. Assim, momentos de volatilidade podem representar oportunidades para investidores estratégicos. Logo, a visão de longo prazo segue como antídoto contra o pessimismo excessivo de curto prazo.

Perguntas frequentes 

Por que o Ibovespa está caindo hoje?

Primeiramente, o índice recua devido às declarações de Donald Trump sobre tarifas comerciais. Além disso, o presidente americano afirmou que as medidas afetarão todos os países sem exceção. Portanto, o risco de uma guerra comercial global pressiona os mercados ao redor do mundo.

Quais empresas estão na contramão da queda?

Principalmente, destaca-se o Pão de Açúcar (PCAR3) com alta superior a 6%. Enquanto isso, o Banco de Brasília (BSLI3) dispara mais de 68% após anunciar a compra do Banco Master. Adicionalmente, a Petrobras (PETR4) consegue sustentar leve valorização, beneficiada pela alta nos preços do petróleo.

Como ficam as projeções econômicas para o Brasil?

Certamente, o Relatório Focus manteve a expectativa de inflação em 5,65% para 2025. Ademais, a projeção para o PIB sofreu leve ajuste de 1,98% para 1,97%. Por fim, as expectativas para o dólar foram reduzidas de R$ 5,95 para R$ 5,92 ao final do ano.

Qual o impacto das tarifas de Trump para a economia global?

Consequentemente, as medidas protecionistas podem gerar inflação mais alta e desaceleração econômica mundial. De fato, o Goldman Sachs elevou a probabilidade de recessão nos EUA para 35%. Assim, o risco de uma guerra comercial aumenta a volatilidade e reduz o apetite por ativos de risco.

Como investidores podem se proteger neste cenário?

Obviamente, a diversificação entre diferentes classes de ativos ganha importância crucial. Enquanto isso, produtos de renda fixa como Tesouro IPCA+ oferecem proteção com taxas próximas a 8%. Finalmente, investidores em ações devem priorizar empresas com bons fundamentos e menor exposição externa, mantendo visão de longo prazo.

Continue lendo