Mercado
Taxa SELIC a 4,25%, Inflação acelerada e Economia lenta: Como será a reação do Mercado?
Após o aumento de 0,75 pontos percentuais na Taxa SELIC (para 4,25% ao ano), o movimento do Banco Central do Brasil é claro: Precisamos conter a alta dos preços! Mas como isso irá afetar a população e o mercado?
Como qualquer medida econômica tomada pelo Governo ou algum dos seus agentes, o impacto da alta dos juros básicos não deverá ser percebido de imediato pelos brasileiros. De fato, existe um atraso para comerciantes, empresas, consumidores, etc., digerirem essas medidas econômicas.
Adicionalmente, os agentes públicos, que tomam essas decisões, realizam ajustes graduais na economia. Como dito no último post, a equação entre taxas de juros, economia, câmbio e sociedade é uma conta complexa, uma vez que medidas drásticas podem desencadear em consequências severas para o país.
Veja aqui quais são as tendências esperadas pelo mercado em relação ao aumento da taxa básica de juros brasileira:
Já para o mercado, a situação é um pouco diferente.
No dia de ontem (16/06), por exemplo, alguns movimentos tomados por investidores podem ter sido relacionado à expectativa do aumento da Taxa SELIC, que ocorreu após o fechamento do mercado:
O Índice Bovespa sofreu queda de 0,65%, voltando a marca de 129.259 pontos;
Um dos fatores que gerou esta queda está relacionado à relação risco x retorno de se investir em ações.
Quanto maior a taxa de juros do país, maiores são as rentabilidades de ativos de renda fixa (que oscilam menos do que ações e têm rentabilidades predefinidas). Com isso, investidores passam a migrar uma maior parcela do seu capital para investimentos de menor risco.
Em contrapartida, o dólar se apreciou contra o real ontem, com uma alta de 0,32% (R$5,06).
Alguns pontos podem justificar a apreciação do dólar contra o real
- Correção da queda, em menos de um mês, de R$5,34 para quase R$5,00;
- Em conjunto com a reunião do COPOM/ Banco Central Brasileiro também ocorre a reunião dos dirigentes do Banco Central Americano. Sendo assim, uma segunda justificativa plausível para a alta do dólar ontem pode ser a indicação do presidente do BC Americano (Jerome Powell) que deverá diminuir os estímulos monetários gradualmente, de acordo com a retomada da economia americana e que espera aumentar as taxas de juros por lá a partir de 2023.
Nesse sentido, quanto mais próximas são as taxas de juros do Brasil e dos EUA, mais desvalorizada a nossa moeda tende a ficar, uma vez que dada as mesmas condições de aplicações em rendas fixas, o investidor irá buscar investimentos em países mais seguros. Como consequência, ocorre um menor fluxo de entrada por via de capital estrangeiro desfavorecendo nossa moeda contra o dólar.
No dia de hoje (17/06), os mercados internacionais amanhecem com tendência de queda, o que pode ser atribuído às preocupações de investidores sobre a inflação mundial.
Na Europa, o principal índice de ações (EUROSTOXX) trabalha em 0,23% de queda.
Nos EUA, os mercados futuros também operam em queda, com destaque para o índice NASDAQ (-0,55%).
Notícias importantes para hoje
- Mercado deverá refletir as falas de Jerome Powell em relação à diminuição de estímulos para economia americana – FED eleva projeção de inflação para o país;
- Especialistas indicam que o Banco Central Brasileiro pode elevar a Taxa SELIC a 6,5% até o fim de 2021;
- China intensifica restrições para controlar riscos e conter preços de commodities – medida derruba ações de mineradoras no Brasil.