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Aumento na SELIC nesta quarta pode afetar economia brasileira

Entenda como um aumento de 0,75 pontos percentuais na SELIC afeta a economia brasileira

Filipe Andrade

Publicado

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O mercado espera mais um aumento de 0,75 pontos percentuais na SELIC na próxima reunião do COPOM, nesta quarta-feira dia 16/06.

Muitos economistas entendem que este é um movimento necessário para que a economia brasileira não saia dos trilhos. Entenda:

  • A alta na SELIC reduz a pressão inflacionária (alta de preços de bens e produtos);
  • A alta na SELIC pode fortalecer o real contra outras moedas do mundo;
  • A alta na SELIC (neste momento) poderá gerar um melhor equilíbrio entre a atividade econômica e a inflação;
  • A alta na SELIC de forma antecipada poderá evitar um descontrole de preços, que foi visto no início dos anos 90 no Brasil, e manter com que a população seja capaz de adquirir seus produtos básicos a preços acessíveis.

Entenda mais sobre a taxa SELIC e como ela é utilizada pelo Banco Central do Brasil

A taxa SELIC é considerada como a taxa de juros básica do Brasil. Através dela, membros do Banco Central (COPOM – Comitê de Política Monetária) realizam ajustes pontuais e estratégicos com 2 principais objetivos:

  • Incentivar a economia – Abaixando a taxa SELIC o COPOM injeta dinheiro na economia fazendo com que mais capital esteja disponível para empresas, pessoas físicas, instituições financeiras e outros.
  • Reduzir o aumento de preços (inflação) – Quando o COPOM aumenta as taxas de juros, menos capital é disponibilizado para as empresas, pessoas físicas, instituições financeiras e outros. Neste caso, quando há menos dinheiro circulando na economia, menores são os recursos gastos para compras de bens e serviços, fazendo assim com que a pressão inflacionária seja menor.

Vamos utilizar um exemplo

Você tem uma loja que vende 100 tomates por mês. Para fins de exemplo, vamos partir da premissa que o seu fornecedor disponibiliza esta mesma quantidade todos os meses.

Há algum tempo o preço de venda do seu tomate era 1 real e com esse preço você era capaz de vender aproximadamente 90% (ou 90) tomates por mês.

No entanto, no fim do ano de 2020, apesar da pandemia, a taxa SELIC estava em 2% ao ano (menor taxa histórica do Brasil).

Com isso, brasileiros com capacidade de compra passaram a ter mais recursos, seja por terem adquirido um financiamento pessoal, ou adquirido um novo emprego através de uma empresa que obteve mais recursos, ou até mesmo porque as dívidas entre os seus consumidores ficaram mais baratas (uma vez que muitos financiamento seguem a taxa SELIC).

Dessa forma, neste período, os seus tomates que duravam para o mês inteiro passaram a acabar no meio do mês.

Naturalmente, você percebe que poderia cobrar mais por cada tomate, uma vez que a sua oferta pelo produto não está atendendo toda a procura pelos tomates.

Sendo assim, você aumenta o preço do tomate para 2 reais e então passa a obter o equilíbrio para abastecer os consumidores interessados no seu produto.

Isso é a inflação!

No exemplo acima, o que ocorre é a inflação. Se analisarmos de uma forma simples, a inflação seria benéfica a todos.

  1. Mais recursos na economia;
  2. Mais pessoas com dinheiro para gastar;
  3. Mais vendedores obtendo lucros maiores.

No entanto, o equilíbrio entre inflação e crescimento econômico é uma equação extremamente complexa, especialmente no Brasil.

Se pegarmos o cenário mais comum, podemos dizer que o salário da população não cresce da mesma forma que a inflação. Portanto, o consumidor ou investidor que não obter esta mesma taxa de alta nos preços não será capaz de comprar o mesmo número de tomates de sempre. Em outras palavras, aquele 1 real não comprará um tomate e o consumidor precisará obter outras fontes de recursos para obter o mesmo produto.

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