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Educação Financeira

Finanças dos brasileiros: Um terço gasta todo o dinheiro menos de três dias após receber

Filipe Andrade

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em

Finanças dos brasileiros: Um terço gasta todo o dinheiro menos de três dias após receber

As finanças dos brasileiros seguem em evidência devido ao ritmo acelerado com que o dinheiro desaparece após cair na conta.

Pelo menos um terço da população gasta tudo em menos de três dias. Essa realidade, que cresce ano após ano, reforça a urgência de entender o comportamento financeiro nacional e de adotar estratégias mais eficientes para proteger a renda. Esse é um dos maiores desafios econômicos atuais.

A velocidade com que o dinheiro some das contas

Antes de tudo, pesquisas recentes mostram que 35% dos brasileiros gastam todo o dinheiro em até 36 horas após o recebimento.

Além disso, o estudo analisou movimentações bancárias reais de mais de 7.000 pessoas e identificou um padrão preocupante: o dinheiro entra, mas rapidamente sai para cobrir despesas imediatas.

Em seguida, os dados revelam que 18% dos clientes consomem todo o saldo em menos de 24 horas. Logo depois, outros 42% esvaziam a conta após 36 horas.

Além disso, mais da metade dos usuários (56%) fecha o dia com menos de R$ 100 disponíveis, situação que indica vulnerabilidade financeira extrema.

O peso das dívidas e das contas fixas

Além disso, a análise aponta que esse comportamento está diretamente associado ao comprometimento da renda com dívidas e gastos essenciais. Despesas básicas, contas fixas e custos do dia a dia consomem quase toda a renda logo após o pagamento.

Consequentemente, o brasileiro vive com pouca margem para lidar com imprevistos ou pensar em poupança.

O que entra na conta sai quase imediatamente, criando um ciclo contínuo de estresse financeiro. Esse movimento revela um cenário em que falta espaço para planejar, organizar e, principalmente, construir reservas.

Principais soluções para melhorar as finanças dos brasileiros

especialista em finanças Paloma Andrade indica algumas estratégias simples podem ajudar quem busca reorganizar a vida financeira:

  • Criar um orçamento mensal realista, com todos os gastos listados.
  • Evitar compras por impulso, especialmente nos primeiros dias após receber o salário.
  • Reduzir o uso do cheque especial, priorizando formas de crédito menos agressivas.
  • Renegociar dívidas, sempre buscando juros menores e prazos adequados.
  • Construir uma reserva financeira, mesmo que com valores pequenos no início.

O recorde histórico de inadimplência no país

Por outro lado, dados da Serasa mostram que o Brasil registrou, em junho de 2025, 77,8 milhões de inadimplentes, o maior número da série histórica.

O valor médio das dívidas ultrapassa R$ 6.000, totalizando mais de R$ 477 bilhões em débitos ativos.

Assim, o país enfrenta uma crise estrutural no comportamento financeiro, já que muitas famílias não conseguem manter o saldo positivo nem por poucos dias.

Além disso, a dificuldade de poupar torna ainda mais distante a possibilidade de recuperar o equilíbrio financeiro.

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O cheque especial como capital de giro pessoal nas finanças dos brasileiros

Logo depois, surge outro fator que agrava a situação: o uso recorrente do cheque especial como complemento de renda.

Muitas pessoas acreditam que a conta está “positiva”, mas apenas porque o limite do cheque especial foi utilizado, mascarando o desequilíbrio real.

Assim, o limite bancário se transforma em uma espécie de capital de giro pessoal, embora seja um crédito caro e extremamente arriscado.

Quando combinado a gastos recorrentes acima da renda, ele cria um ambiente ideal para o endividamento crônico.

Esse comportamento impede o brasileiro de organizar suas finanças e dificulta qualquer tentativa de planejamento financeiro sustentável.

Como romper o ciclo de vulnerabilidade financeira

Além disso, especialistas reforçam que a quebra desse ciclo depende de três frentes essenciais: educação financeira, oferta responsável de crédito e programas reais de renegociação.
Sobretudo, criar o hábito de organizar gastos, revisar prioridades e planejar pagamentos pode transformar a relação com o dinheiro.

A mudança começa no controle diário e no conhecimento da própria renda, etapas que ainda são negligenciadas pela maior parte da população.

Conclusão: O impacto das Finanças dos brasileiros no futuro econômico

Por fim, entender e agir sobre as Finanças dos brasileiros é fundamental para evitar que o ciclo de endividamento continue crescendo.

Embora o cenário seja desafiador, pequenas mudanças podem gerar grandes impactos no longo prazo.

Com planejamento, disciplina e acesso a crédito consciente, a população pode recuperar a estabilidade financeira e construir um futuro mais seguro.

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