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Casas Bahia é vendida. Entenda os detalhes da transação
A Casas Bahia passou por uma das mudanças mais significativas de sua história. A tradicional varejista brasileira agora tem um novo controlador: a gestora Mapa Capital, que se tornou dona de 85,5% da empresa após converter títulos de dívida — as chamadas debêntures — em ações ordinárias, com direito a voto.
Com essa operação, a dívida do grupo caiu pela metade, ficando em torno de R$ 1,6 bilhão, o que deve gerar uma economia anual de R$ 230 milhões em despesas financeiras.
Além disso, a transação representa um novo capítulo na trajetória da marca, que busca recuperar a rentabilidade e reconquistar espaço no varejo nacional.
Novo controle e estratégia da Mapa Capital sobre a Casas Bahia
Com o controle majoritário, a Mapa Capital assume um papel central na reestruturação da Casas Bahia.
A gestora comprou as dívidas que pertenciam aos dois principais credores — Bradesco e Banco do Brasil — e conseguiu manter as linhas de crédito abertas com as instituições financeiras. Essa ação garante fôlego de caixa e mais estabilidade para o grupo varejista.
Além disso, a Mapa Capital é especializada em reestruturação de dívidas, fusões e aquisições e investimentos em empresas em processo de recuperação.
O histórico da gestora inclui participações em companhias como a Plascar, fabricante de componentes plásticos para o setor automotivo.
Segundo o sócio da Mapa, Fernando Beda, “acreditamos no potencial do grupo e na evolução de seus resultados operacionais”.
Essa visão reforça a confiança de que a Casas Bahia ainda possui grande valor de marca e capacidade de recuperação dentro do mercado.
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Impactos para os antigos acionistas da Casas Bahia
Por outro lado, a operação provocou mudanças significativas na estrutura acionária. Os antigos acionistas da rede, incluindo membros da família do fundador Samuel Klein, perderam participação relevante.
O empresário Michel Klein, que atualmente detém cerca de 3,8% das ações, já manifestou interesse em retornar ao conselho da empresa em 2026.
Entretanto, analistas do mercado ainda avaliam como será o relacionamento entre a Mapa Capital e o antigo controlador.
Apesar da mudança, especialistas acreditam que a presença de um novo investidor institucional pode trazer disciplina financeira e acelerar a transformação operacional da Casas Bahia.
Processo de reestruturação da companhia
Atualmente, a Casas Bahia está em um profundo processo de reestruturação financeira e operacional, iniciado em 2023.
Assim como outras varejistas, a empresa enfrentou dificuldades causadas pela alta dos juros após a pandemia, o que reduziu o consumo e aumentou o custo das dívidas.
Para reagir, em 2024 a companhia recorreu à recuperação extrajudicial, buscando alongar prazos e reduzir custos financeiros. Ao mesmo tempo, adotou medidas para enxugar estoques e otimizar despesas.
Além disso, a empresa retomou suas campanhas publicitárias tradicionais, como o icônico slogan “Dedicação total a você”, que marcou gerações de consumidores.
Também lançou a plataforma CasasBahia Ads, focada em publicidade digital, e modernizou seu aplicativo e formato de lojas.
Essas ações fazem parte do plano de transformação do grupo, que busca fortalecer o capital e melhorar a eficiência operacional.
Conversão da dívida e futuro da Casas Bahia
A conversão da dívida em ações representa um passo estratégico na recuperação da Casas Bahia.
Segundo o presidente do grupo, Renato Franklin, o movimento “fortalece a estrutura de capital e reduz o custo financeiro”, o que melhora a competitividade em um cenário econômico ainda desafiador.
Além disso, a redução expressiva da dívida traz maior liberdade para novos investimentos e reabertura de linhas de crédito com melhores condições.
Com isso, a empresa pode acelerar a digitalização, ampliar a presença no e-commerce e melhorar a experiência do cliente nas lojas físicas e online.
Portanto, a entrada da Mapa Capital pode marcar um novo ciclo de crescimento sustentável para a varejista. Se as projeções se confirmarem, a Casas Bahia poderá recuperar sua relevância e confiança no mercado.
Perguntas frequentes
O novo controlador é a gestora Mapa Capital, que detém 85,5% das ações ordinárias após converter dívidas em participação acionária.
Após a transação, a dívida foi reduzida para cerca de R$ 1,6 bilhão, o que representa uma queda de 50%.
No curto prazo, nada muda. A empresa continua operando normalmente, mas deve investir em melhorias digitais e no atendimento.
Sim, ele mantém 3,8% de participação e pretende voltar ao conselho em 2026, dependendo da decisão dos novos controladores.
A expectativa é que a entrada da Mapa Capital fortaleça o grupo e inicie uma fase de estabilidade financeira e crescimento para a Casas Bahia.