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Terras raras em Minas Gerais. Estado inicia inicia projeto de exploração. Veja onde
O projeto MagBras, liderado pelo Centro de Inovação e Tecnologia para Ímãs de Terras Raras (CIT SENAI ITR), marcou um passo histórico na exploração das terras raras em Minas Gerais.
Recentemente, a iniciativa recebeu sua primeira amostra de minerais brasileiros de óxidos de terras raras, entregues pela mineradora australiana ST George, responsável pelo Projeto Araxá, no Alto Paranaíba.
Esse marco representa o início da produção e processamento local desses elementos estratégicos, essenciais para o avanço tecnológico e para o fortalecimento da indústria nacional.
O início da produção de terras raras em Minas Gerais
A entrega da amostra pela ST George representa um avanço estratégico para o projeto MagBras, pois é a primeira vez que um lote de terras raras é processado dentro do Brasil.
Na prática, essa amostra permitirá que o CIT SENAI ITR avance com os estudos de separação e aplicação desses elementos, consolidando uma base sólida para o desenvolvimento de ímãs permanentes produzidos com matéria-prima nacional.
Além disso, o projeto MagBras – da Mina ao Ímã integra uma aliança industrial com 38 empresas, startups, centros de inovação, universidades e instituições de pesquisa.
Com um investimento total de R$ 73 milhões, a meta é criar uma cadeia produtiva nacional de ímãs permanentes à base de terras raras, que são fundamentais para setores de alta tecnologia, como energia limpa, mobilidade elétrica e defesa.
Estrutura tecnológica e inovação industrial
Para consolidar o projeto, o CIT SENAI ITR inaugurou o LabFabITR, o primeiro laboratório-fábrica de ímãs e ligas de terras raras do hemisfério sul, adquirido em dezembro de 2023.
Essa estrutura permitirá que o Brasil reduza sua dependência de importações e avance na autonomia tecnológica em áreas estratégicas.
Além disso, o material recebido pela ST George apresenta alta pureza, com mais de 95% de óxidos de elementos de terras raras (ETRs) e um baixo índice de impureza, inferior a 0,2%.
Segundo o laudo técnico, o conteúdo inclui cerca de 20% de elementos magnéticos principais, como Neodímio (Nd) e Praseodímio (Pr), amplamente utilizados na produção de ímãs de alta performance para turbinas eólicas e veículos elétricos.
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A importância das terras raras para a economia e o meio ambiente
As terras raras em Minas Gerais são fundamentais para o futuro da transição energética e tecnológica.
Elementos como Samário (Sm) e Disprósio (Dy), também presentes nas amostras, são essenciais na fabricação de motores elétricos, baterias e equipamentos eletrônicos de alta precisão.
Esses minerais são considerados críticos pela União Europeia e pelos Estados Unidos, devido à sua importância em setores estratégicos e à dificuldade de extração.
Com isso, o Brasil passa a ter um papel protagonista na exploração e no fornecimento desses elementos.
Atualmente, o país possui a segunda maior reserva mundial de terras raras, mas ainda enfrenta o desafio de expandir o refino e a industrialização dos materiais.
Ao investir no processamento interno, Minas Gerais pode se tornar um polo global de inovação e tecnologia verde.
Brasil no cenário global das terras raras
De acordo com estudos recentes, o Brasil controla cerca de 25% das reservas mundiais de terras raras, o que o coloca em posição estratégica diante da crescente demanda internacional.
Países como China, Estados Unidos e Japão buscam constantemente novas fontes seguras de suprimento desses minerais.
Recentemente, os Estados Unidos demonstraram interesse nas reservas brasileiras, o que gerou debates sobre soberania e exploração.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o tema é novo, mas estratégico, e destacou que não permitirá que outro país explore esses recursos sem benefícios para o Brasil.
Investimentos bilionários e impacto econômico
No fim de 2024, o governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede-MG) e da Invest Minas, firmou um acordo com a ST George para investir R$ 2 bilhões no Projeto Araxá.
O objetivo é extrair Nióbio e ETRs (Elementos de Terras Raras) na região, fortalecendo a cadeia produtiva local.
O projeto será desenvolvido em três fases: estudo, desenvolvimento e operação. A construção da mina está prevista para 2026, com início das operações em 2027.
Quando estiver em plena capacidade, a mina poderá produzir até 20 mil toneladas anuais de Nióbio e ETRs, consolidando Araxá como referência global na mineração sustentável.
Além disso, o investimento deve gerar centenas de empregos diretos e indiretos, impulsionar a infraestrutura local e atrair novos negócios tecnológicos para o Alto Paranaíba.
O papel das terras raras em Minas Gerais na indústria nacional
O avanço das terras raras em Minas Gerais não é apenas uma questão econômica, mas também de soberania tecnológica e ambiental.
Ao produzir ímãs e ligas com base nesses elementos, o Brasil poderá atender indústrias nacionais que dependem fortemente de importações, como a automotiva, eletrônica e de energia renovável.
Além disso, o desenvolvimento dessa cadeia produtiva permitirá reduzir custos, estimular a inovação e fortalecer a economia mineira.
Dessa forma, o Estado se posiciona como protagonista no cenário global, atraindo parcerias internacionais e consolidando seu papel na transição para uma economia de baixo carbono.
Futuro promissor das terras raras em Minas Gerais
Com todos esses avanços, o futuro das terras raras em Minas Gerais se mostra promissor e estratégico.
A combinação de investimento, inovação e sustentabilidade coloca o estado como referência na mineração moderna e na produção tecnológica.
Assim, Minas Gerais se consolida como um dos pilares do novo ciclo econômico verde do Brasil, contribuindo para a independência tecnológica e o crescimento sustentável do país.
Perguntas frequentes
São um grupo de 17 elementos químicos usados em tecnologias avançadas, como turbinas, veículos elétricos e chips eletrônicos.
A principal região é Araxá, no Alto Paranaíba, onde o Projeto MagBras e o Projeto Araxá concentram as atividades.
Porque fortalecem a indústria nacional, reduzem a dependência de importações e posicionam o país como fornecedor estratégico global.
A previsão é que as operações comecem em 2027, após a construção da mina em 2026.
Espera-se a geração de empregos, inovação tecnológica e atração de investimentos bilionários para o estado.