Terras raras em Minas Gerais. Estado inicia inicia projeto de exploração. Veja onde - Mercado Hoje
Conecte-se conosco

Mercado

Terras raras em Minas Gerais. Estado inicia inicia projeto de exploração. Veja onde

Filipe Andrade

Publicado

em

Terras raras em Minas Gerais. Estado inicia inicia projeto de exploração. Veja onde

O projeto MagBras, liderado pelo Centro de Inovação e Tecnologia para Ímãs de Terras Raras (CIT SENAI ITR), marcou um passo histórico na exploração das terras raras em Minas Gerais.

Recentemente, a iniciativa recebeu sua primeira amostra de minerais brasileiros de óxidos de terras raras, entregues pela mineradora australiana ST George, responsável pelo Projeto Araxá, no Alto Paranaíba.

Esse marco representa o início da produção e processamento local desses elementos estratégicos, essenciais para o avanço tecnológico e para o fortalecimento da indústria nacional.

O início da produção de terras raras em Minas Gerais

A entrega da amostra pela ST George representa um avanço estratégico para o projeto MagBras, pois é a primeira vez que um lote de terras raras é processado dentro do Brasil.

Na prática, essa amostra permitirá que o CIT SENAI ITR avance com os estudos de separação e aplicação desses elementos, consolidando uma base sólida para o desenvolvimento de ímãs permanentes produzidos com matéria-prima nacional.

Além disso, o projeto MagBras – da Mina ao Ímã integra uma aliança industrial com 38 empresas, startups, centros de inovação, universidades e instituições de pesquisa.

Com um investimento total de R$ 73 milhões, a meta é criar uma cadeia produtiva nacional de ímãs permanentes à base de terras raras, que são fundamentais para setores de alta tecnologia, como energia limpa, mobilidade elétrica e defesa.

Estrutura tecnológica e inovação industrial

Para consolidar o projeto, o CIT SENAI ITR inaugurou o LabFabITR, o primeiro laboratório-fábrica de ímãs e ligas de terras raras do hemisfério sul, adquirido em dezembro de 2023.

Essa estrutura permitirá que o Brasil reduza sua dependência de importações e avance na autonomia tecnológica em áreas estratégicas.

Além disso, o material recebido pela ST George apresenta alta pureza, com mais de 95% de óxidos de elementos de terras raras (ETRs) e um baixo índice de impureza, inferior a 0,2%.

Segundo o laudo técnico, o conteúdo inclui cerca de 20% de elementos magnéticos principais, como Neodímio (Nd) e Praseodímio (Pr), amplamente utilizados na produção de ímãs de alta performance para turbinas eólicas e veículos elétricos.

Veja também:

A importância das terras raras para a economia e o meio ambiente

As terras raras em Minas Gerais são fundamentais para o futuro da transição energética e tecnológica.

Elementos como Samário (Sm) e Disprósio (Dy), também presentes nas amostras, são essenciais na fabricação de motores elétricos, baterias e equipamentos eletrônicos de alta precisão.

Esses minerais são considerados críticos pela União Europeia e pelos Estados Unidos, devido à sua importância em setores estratégicos e à dificuldade de extração.

Com isso, o Brasil passa a ter um papel protagonista na exploração e no fornecimento desses elementos.

Atualmente, o país possui a segunda maior reserva mundial de terras raras, mas ainda enfrenta o desafio de expandir o refino e a industrialização dos materiais.

Ao investir no processamento interno, Minas Gerais pode se tornar um polo global de inovação e tecnologia verde.

Brasil no cenário global das terras raras

De acordo com estudos recentes, o Brasil controla cerca de 25% das reservas mundiais de terras raras, o que o coloca em posição estratégica diante da crescente demanda internacional.

Países como China, Estados Unidos e Japão buscam constantemente novas fontes seguras de suprimento desses minerais.

Recentemente, os Estados Unidos demonstraram interesse nas reservas brasileiras, o que gerou debates sobre soberania e exploração.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o tema é novo, mas estratégico, e destacou que não permitirá que outro país explore esses recursos sem benefícios para o Brasil.

Investimentos bilionários e impacto econômico

No fim de 2024, o governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede-MG) e da Invest Minas, firmou um acordo com a ST George para investir R$ 2 bilhões no Projeto Araxá.

O objetivo é extrair Nióbio e ETRs (Elementos de Terras Raras) na região, fortalecendo a cadeia produtiva local.

O projeto será desenvolvido em três fases: estudo, desenvolvimento e operação. A construção da mina está prevista para 2026, com início das operações em 2027.

Quando estiver em plena capacidade, a mina poderá produzir até 20 mil toneladas anuais de Nióbio e ETRs, consolidando Araxá como referência global na mineração sustentável.

Além disso, o investimento deve gerar centenas de empregos diretos e indiretos, impulsionar a infraestrutura local e atrair novos negócios tecnológicos para o Alto Paranaíba.

O papel das terras raras em Minas Gerais na indústria nacional

O avanço das terras raras em Minas Gerais não é apenas uma questão econômica, mas também de soberania tecnológica e ambiental.

Ao produzir ímãs e ligas com base nesses elementos, o Brasil poderá atender indústrias nacionais que dependem fortemente de importações, como a automotiva, eletrônica e de energia renovável.

Além disso, o desenvolvimento dessa cadeia produtiva permitirá reduzir custos, estimular a inovação e fortalecer a economia mineira.

Dessa forma, o Estado se posiciona como protagonista no cenário global, atraindo parcerias internacionais e consolidando seu papel na transição para uma economia de baixo carbono.

Futuro promissor das terras raras em Minas Gerais

Com todos esses avanços, o futuro das terras raras em Minas Gerais se mostra promissor e estratégico.

A combinação de investimento, inovação e sustentabilidade coloca o estado como referência na mineração moderna e na produção tecnológica.

Assim, Minas Gerais se consolida como um dos pilares do novo ciclo econômico verde do Brasil, contribuindo para a independência tecnológica e o crescimento sustentável do país.

Perguntas frequentes

O que são terras raras?

São um grupo de 17 elementos químicos usados em tecnologias avançadas, como turbinas, veículos elétricos e chips eletrônicos.

Onde estão localizadas as principais reservas de terras raras em Minas Gerais?

A principal região é Araxá, no Alto Paranaíba, onde o Projeto MagBras e o Projeto Araxá concentram as atividades.

Por que as terras raras são importantes para o Brasil?

Porque fortalecem a indústria nacional, reduzem a dependência de importações e posicionam o país como fornecedor estratégico global.

Quando o Brasil deve iniciar a produção industrial de terras raras?

A previsão é que as operações comecem em 2027, após a construção da mina em 2026.

Quais são os impactos econômicos esperados?

Espera-se a geração de empregos, inovação tecnológica e atração de investimentos bilionários para o estado.

Continue lendo