O salário das mulheres em MG segue muito inferior ao dos homens, com uma diferença de 24,88% em desfavor do público feminino, segundo o 2º Relatório de Transparência Salarial. Essa desigualdade é maior que a média nacional, que registra uma defasagem de 20,7%.
O levantamento foi elaborado pelos ministérios do Trabalho e Emprego (MTE) e das Mulheres, com base em informações fornecidas por empresas com 100 ou mais empregados, conforme prevê a Lei nº 14.611/2023.
Antes de tudo, é preciso destacar que Minas Gerais tem um dos piores índices do país em termos de equidade salarial entre homens e mulheres.
O relatório, divulgado em 2024, analisou dados de 5.108 empresas mineiras, que empregam, juntas, 1,71 milhão de trabalhadores. Apesar da ampla participação feminina no mercado de trabalho, a disparidade persiste.
Por exemplo, os homens recebem, em média, R$ 3.989,39, enquanto as mulheres ganham R$ 2.996,81. Essa diferença de quase R$ 1.000 representa obstáculos concretos à independência financeira feminina.
Para combater as desigualdades salariais, a educação financeira é uma aliada poderosa, afirma a consultora financeira Paloma Andrade.
Primeiramente, ela recomenda que as mulheres acompanhem todos os seus ganhos e gastos, criando um controle mensal para identificar para onde o dinheiro está indo.
Em segundo lugar, Paloma orienta que é fundamental construir uma reserva de emergência, mesmo que com pequenos valores, pois isso garante mais segurança em situações inesperadas.
Por fim, ela destaca a importância de investir em conhecimento e autonomia financeira, buscando aprender sobre investimentos, planejamento e independência. Segundo ela, “quando a mulher entende o valor do próprio dinheiro, ela se posiciona melhor, negocia com mais confiança e constrói sua liberdade”.
Essas práticas ajudam a reduzir os impactos da desigualdade salarial e fortalecem o papel da mulher na economia.
Veja o trabalho de Paloma Andrade nas redes sociais @palomafinancas e tenha mais dicas.
Além da desigualdade entre os sexos, o recorte racial mostra uma realidade ainda mais grave. As mulheres negras, mesmo em maior número nas empresas analisadas (341,1 mil contra 302,3 mil mulheres não negras), continuam sendo as mais afetadas. Elas recebem, em média, 27,72% a menos do que as mulheres não negras.
Ainda mais alarmante, os homens negros também enfrentam desigualdades: ganham, em média, 25,26% a menos que os homens não negros.
Assim, o preconceito de raça e de gênero se somam, criando um ambiente extremamente desafiador para essas profissionais.
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Entretanto, mesmo diante desses dados preocupantes, muitas empresas afirmam implementar medidas para diminuir as desigualdades. O relatório mostrou que:
Contudo, embora essas medidas representem um avanço, ainda não foram suficientes para eliminar a desigualdade salarial. A disparidade continua presente, mesmo em empresas que declaram adotar práticas inclusivas.
Sob outro ponto de vista, é importante lembrar que a maioria das empresas ainda não divulga metas claras para a equidade de gênero.
Mesmo com os planos de cargos e salários, muitas não acompanham os impactos das suas políticas. Isso dificulta a criação de um ambiente de trabalho mais justo.
Além disso, a ausência de fiscalização eficiente contribui para a manutenção das desigualdades.
A diretora de Programa do MTE, Luciana Nakamura, ressalta que “a publicação do relatório é essencial, pois revela a desigualdade dentro de cada empresa”. Ainda assim, só a divulgação dos dados não basta.
Além da questão financeira, a desigualdade salarial afeta a autoestima, o desenvolvimento profissional e o bem-estar das mulheres.
Muitas se sentem desvalorizadas, mesmo tendo o mesmo nível de formação e desempenho que os homens.
Essa percepção influencia inclusive as decisões sobre maternidade, empreendedorismo e investimentos de longo prazo.
Portanto, a disparidade salarial é também um problema estrutural que afeta a economia como um todo.
Quando as mulheres recebem menos, há menos consumo, menos investimentos em educação, menos segurança financeira e maior dependência de programas públicos.
Para reverter esse cenário, é essencial adotar políticas públicas e privadas efetivas. Empresas, governos e a sociedade civil precisam se unir para garantir igualdade salarial de verdade.
Veja algumas ações concretas que podem ser implementadas:
Além de cobrar políticas institucionais, as próprias trabalhadoras devem conhecer os seus direitos.
Muitas não sabem que a diferença salarial por motivo de sexo ou raça é ilegal, salvo quando houver justificativa objetiva e lícita. Por isso, é fundamental:
Além disso, ações coletivas podem acelerar mudanças estruturais. Grupos organizados, coletivos femininos e ONGs podem exigir mais fiscalização e pressionar por políticas públicas efetivas.
Enquanto a base salarial ainda é desigual, as mulheres também são minoria nos cargos de chefia e alta liderança.
Empresas precisam adotar programas internos de mentoria, aceleração de carreira e inclusão nas decisões estratégicas.
Quanto maior a presença de mulheres em cargos estratégicos, mais rápida será a transformação da cultura corporativa.
Além disso, modelos femininos de liderança inspiram outras mulheres, incentivando a permanência no mercado de trabalho e a busca por crescimento profissional.
Mesmo com leis e diretrizes estabelecidas, o salário das mulheres em MG continua menor do que o dos homens.
Isso revela um cenário preocupante e persistente, onde fatores culturais, estruturais e empresariais contribuem para a manutenção da desigualdade.
Embora o relatório traga à tona dados valiosos, ainda falta uma atuação mais incisiva das empresas e dos órgãos públicos.
A equiparação salarial precisa ser mais que uma promessa; deve ser uma prioridade em todas as esferas da sociedade.
Portanto, se você é empregador, gestor de RH, mulher no mercado de trabalho ou cidadão consciente, é hora de agir.
A equidade de gênero é mais do que uma pauta social: é uma questão de justiça, desenvolvimento e eficiência econômica.
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