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Dívida do Cruzeiro: Clube é o 2º da série A que mais demoraria a pagar

A dívida do Cruzeiro tem chamado a atenção mesmo com a melhora esportiva e o aumento dos investimentos desde a chegada de Pedro Lourenço à gestão da SAF (Sociedade Anônima do Futebol).

Apesar de um cenário mais promissor em campo, as finanças do clube mineiro continuam sendo um grande desafio.

De acordo com estudo recente, a Raposa é o segundo clube da Série A do Campeonato Brasileiro que mais demoraria para quitar suas dívidas.

Atualmente, com base na receita bruta anual de 2024, o Cruzeiro precisaria de aproximadamente 15 anos para se livrar totalmente dos débitos, considerando que fosse destinado 20% da arrecadação anual exclusivamente para esse fim.

Esse cálculo revela uma situação delicada, que requer planejamento e responsabilidade financeira de longo prazo.

Receita elevada, mas despesas continuam altas

Em 2024, o Cruzeiro registrou uma receita bruta total de R$ 371,5 milhões. Essa quantia veio de diversas fontes: direitos de transmissão, publicidade e patrocínio, negociação de atletas e bilheteria.

No entanto, as despesas totais chegaram a R$ 338 milhões, o que mostra que o clube ainda opera com uma margem financeira relativamente pequena.

Portanto, mesmo com a melhora nos números de arrecadação, o Cruzeiro ainda não conseguiu criar folga suficiente no caixa para acelerar o pagamento das dívidas.

Veja também:

A gestão precisa encontrar formas de aumentar receitas sem elevar demais os gastos, algo que não é simples no competitivo cenário do futebol brasileiro.

Dívida do Cruzeiro supera R$ 1 bilhão

Segundo o balanço financeiro de 2024, a dívida do Cruzeiro alcançou R$ 1,2 bilhão, o que representa um aumento de 44% em relação ao ano anterior.

Em 2023, o clube ainda estava sob a administração de Ronaldo Nazário, e os débitos somavam R$ 807 milhões.

Esse crescimento da dívida preocupa, especialmente porque mostra que mesmo com a entrada de um novo investidor e um aporte significativo de recursos, o clube ainda não conseguiu frear a escalada das obrigações financeiras.

Isso pode ser reflexo de compromissos antigos, como acordos judiciais, além de novas despesas para reforçar o elenco e manter a competitividade.

Recuperação judicial da associação ainda pesa

Além dos compromissos da SAF, a associação do Cruzeiro, que ainda existe e está em recuperação judicial, representa outra frente de preocupação.

Atualmente, estima-se que faltam cerca de R$ 400 milhões a serem pagos até 2033 nessa esfera.

Assim, a SAF precisa repassar valores periodicamente à associação, o que reduz ainda mais sua capacidade de investir diretamente no futebol.

Essa estrutura dual, entre SAF e associação, é um modelo novo no Brasil e traz desafios de coordenação e sustentabilidade financeira.

Comparativo com outros clubes da Série A

Conforme o estudo que analisou o tempo que os clubes da Série A demorariam para quitar suas dívidas, o Cruzeiro ficou em 2º lugar entre os mais endividados nesse quesito.

Para efeitos de comparação, clubes com receitas maiores e dívidas menores precisariam de apenas cinco a sete anos para zerar seus compromissos, seguindo a mesma regra de uso de 20% da arrecadação anual.

Esse dado coloca o Cruzeiro em uma posição vulnerável, mesmo estando entre os grandes do futebol nacional.

Embora esteja voltando a se estabilizar no Campeonato Brasileiro, o clube precisa lidar com uma herança financeira pesada que compromete o futuro.

A gestão Pedro Lourenço e os novos aportes

Desde que Pedro Lourenço assumiu o controle da SAF do Cruzeiro, houve um aumento significativo no volume de investimentos, com a chegada de novos jogadores e melhorias na estrutura interna.

No entanto, isso também pode ter influenciado no aumento das despesas, especialmente se os investimentos forem feitos com capital de terceiros ou com expectativa de retorno futuro.

Por isso, a gestão atual precisa equilibrar os aportes com uma visão estratégica de médio e longo prazo, evitando repetir erros do passado.

Embora os torcedores celebrem os reforços e vitórias em campo, os bastidores financeiros ainda exigem cautela.

Estratégias para enfrentar a dívida do Cruzeiro

Nesse cenário, é fundamental que a diretoria da SAF adote estratégias sólidas de gestão financeira. Algumas ações que podem ajudar incluem:

  • Renegociação de dívidas antigas com credores;
  • Aumento de receitas recorrentes, como programas de sócio-torcedor e licenciamento de produtos;
  • Aposta em jovens da base para gerar vendas futuras com alto retorno;
  • Controle rigoroso de gastos operacionais;
  • Transparência nas contas, para manter a confiança da torcida e do mercado.

Essas medidas exigem disciplina e uma equipe administrativa profissional. Um erro de cálculo pode custar caro, principalmente em um ambiente onde os resultados esportivos também influenciam diretamente na receita.

Futuro financeiro depende de decisões do presente

Embora o Cruzeiro viva um momento esportivo mais positivo, isso não é suficiente para garantir estabilidade financeira.

A dívida bilionária ainda é uma sombra sobre o clube, e apenas com gestão eficiente será possível superá-la.

Investimentos responsáveis, planejamento e transparência são os pilares que precisam guiar o clube nos próximos anos. Caso contrário, há risco de repetir ciclos de desequilíbrio financeiro e instabilidade esportiva.

Dívida do Cruzeiro exige vigilância constante

Por fim, a dívida do Cruzeiro não é apenas um número no balanço. Trata-se de um desafio estrutural que afeta desde a contratação de jogadores até a capacidade de crescer como instituição.

Mesmo com um novo investidor e recursos frescos, o clube não pode negligenciar o peso do passado.

Portanto, enquanto a torcida vibra nas arquibancadas e celebra os gols, nos bastidores o trabalho precisa ser focado, técnico e responsável.

Somente assim será possível transformar a SAF do Cruzeiro em um modelo de sucesso, tanto dentro quanto fora de campo.

Perguntas frequentes

  • Qual é o valor atual da dívida do Cruzeiro?
    Atualmente, a dívida do Cruzeiro está em R$ 1,2 bilhão, segundo o balanço financeiro de 2024.
  • Quanto tempo o clube levaria para quitar essa dívida?
    Com base nas receitas atuais e usando 20% ao ano para pagamento, o Cruzeiro levaria aproximadamente 15 anos para quitar todos os débitos.
  • A dívida aumentou em relação ao ano anterior?
    Sim. Em comparação com 2023, quando a dívida era de R$ 807 milhões, houve um aumento de 44%.
  • De onde vêm as principais receitas do clube?
    As receitas vêm principalmente de direitos de transmissão, patrocínios, vendas de jogadores e bilheteria.
  • Qual a relação entre a SAF e a associação do Cruzeiro?
    A SAF repassa valores à associação, que está em recuperação judicial e ainda precisa pagar cerca de R$ 400 milhões até 2033.
Filipe Andrade

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