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Tesla em colapso? Saiba mais sobre a queda de 71% no lucro

Montadora de veículos elétricos vive crise sem precedentes enquanto CEO divide atenção entre empresa e política

A Tesla enfrenta atualmente sua pior crise financeira dos últimos anos. Além disso, a montadora de veículos elétricos registrou uma queda impressionante de 71% em seus lucros no primeiro trimestre de 2025. Consequentemente, os números revelam um cenário alarmante para a empresa de Elon Musk. No entanto, especialistas divergem sobre as causas exatas dessa derrocada. Porém, a maioria concorda que a entrada do CEO no governo Trump contribuiu significativamente para o declínio. Entretanto, outros fatores também pesam nessa equação complexa que ameaça o futuro da pioneira em carros elétricos.

Durante os primeiros três meses de 2025, a empresa obteve apenas US$409 milhões. Aliás, esse valor representa menos de um terço dos US$1,1 bilhão registrados no mesmo período de 2024. De fato, os resultados financeiros já vinham em trajetória descendente. Assim, o lucro de 2024 já era 55% menor que os US$2,51 bilhões de 2023. Por isso, analistas começam a questionar a sustentabilidade do modelo de negócios atual da empresa.

A receita da Tesla também decepcionou as expectativas do mercado financeiro. Inicialmente, os especialistas projetavam US$21,11 bilhões para o primeiro trimestre. Contudo, a empresa registrou apenas US$19,34 bilhões – 8,38% abaixo das previsões. Dessa forma, o desempenho abaixo do esperado alimenta mais dúvidas sobre o futuro da companhia. Logo, investidores começam a pressionar por mudanças na gestão e estratégia da empresa.

A influência política e seus impactos nos negócios da Tesla

O declínio acentuado nos resultados financeiros coincide com decisões controversas de Elon Musk. Primeiramente, sua entrada no governo do presidente Donald Trump como líder do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE). Posteriormente, seu apoio público a movimentos políticos de extrema direita em diversos países. Por conseguinte, essas posições políticas parecem ter alienado parte significativa dos consumidores tradicionais da marca.

Após os resultados decepcionantes, Musk anunciou que reduzirá sua presença em Washington. Doravante, dedica apenas “um ou dois dias por semana” às funções governamentais. Aparentemente, a decisão visa acalmar investidores preocupados com sua atenção dividida. Afinal, muitos acionistas defendem que o bilionário deveria focar exclusivamente na recuperação da empresa.

As ações da empresa perderam aproximadamente metade do seu valor desde meados de dezembro de 2024. Certamente, essa desvalorização reflete o pessimismo crescente dos investidores. Adicionalmente, protestos contra o posicionamento político de Musk resultaram em consequências concretas. Por exemplo, ocorreram casos de vandalismo em lojas e veículos da Tesla em diversos países. Inclusive, houve a destruição pública de um Model S durante uma manifestação em Londres.

O papel de Musk no DOGE tem sido particularmente controverso. Sob sua liderança, o departamento cortou orçamentos de agências federais e demitiu milhares de servidores. Como resultado, o empresário tornou-se alvo de críticas intensas. Dessa maneira, sua imagem pública, antes associada à inovação tecnológica, agora carrega forte polarização política.

Concorrência acirrada e problemas nos novos modelos

Diversos fatores contribuem para a atual crise da montadora além das questões políticas. Primordialmente, a concorrência cada vez mais acirrada de fabricantes chineses como a BYD. Ademais, a falta de novos modelos atrativos tem prejudicado as vendas. Finalmente, analistas apontam uma possível rejeição de consumidores progressistas e centristas devido ao posicionamento político do CEO.

A BYD, principal concorrente chinesa, ultrapassou a Tesla em volume de vendas globais. A empresa asiática registrou receita anual superior a US$ 100 bilhões em 2024. Simultaneamente, montadoras tradicionais como General Motors, Volkswagen e Hyundai expandiram significativamente suas ofertas de veículos elétricos. Portanto, o mercado que a Tesla praticamente monopolizava agora está repleto de alternativas competitivas.

O Cybertruck, veículo mais recente e inovador da Tesla, está se revelando um fracasso comercial. Especificamente, as vendas caíram aproximadamente 50% no primeiro trimestre em comparação com o último trimestre de 2024. Efetivamente, o design futurista e controverso não conquistou o público como esperado. Até mesmo a empresa de pesquisa Cox Automotive confirmou esses números decepcionantes em seus relatórios mais recentes.

A Tesla chegou a oferecer descontos substanciais para tentar impulsionar as vendas do Cybertruck. Particularmente, houve reduções de até US$8,5 mil em unidades em estoque do modelo. Todavia, mesmo com descontos, o veículo permanece inacessível para a maioria dos consumidores. Afinal, seu preço inicial de US$70 mil limita consideravelmente o mercado potencial.

As vendas globais da Tesla caíram 13% no primeiro trimestre de 2025 em comparação com o ano anterior. Anteriormente, a empresa projetava vender 20 milhões de veículos anualmente até o final da década. Agora, essa meta parece cada vez mais distante da realidade. Desse modo, a ambição de dominar o mercado automotivo global enfrenta obstáculos significativos.

Estratégias e desafios para a recuperação da Tesla

A empresa havia prometido lançar um veículo de menor custo até o final de junho de 2025. Este modelo seria crucial para ampliar a base de consumidores e recuperar participação de mercado. No entanto, a Tesla ainda não apresentou protótipo nem forneceu detalhes concretos sobre o carro. Consequentemente, torna-se improvável seu lançamento nos próximos meses como inicialmente anunciado.

Musk aposta fortemente no futuro da empresa na tecnologia de inteligência artificial. Especialmente, no desenvolvimento de sistemas que permitiriam que os veículos dirigissem completamente sozinhos. Tal tecnologia possibilita a criação de uma frota de “Cybercabs” para transporte autônomo de passageiros. Contudo, a Tesla ainda não aperfeiçoou essa tecnologia completamente.

A empresa enfrenta a concorrência nesse segmento de veículos autônomos de várias empresas chinesas e da Waymo. Em particular, a Waymo, empresa “irmã” do Google, já possui serviços de táxi autônomo operando em algumas cidades americanas. Assim, a vantagem tecnológica que a Tesla desfrutava começa a diminuir rapidamente diante de competidores bem financiados.

As fábricas da Tesla nos Estados Unidos usam peças importadas do México e da China. Infelizmente, esses componentes estarão sujeitos às novas tarifas impostas pelo governo Trump. Por isso, a empresa se verá forçada a aumentar preços ou aceitar margens de lucro ainda menores. Embora a montadora possui fábricas na Califórnia e no Texas que produzem todos os veículos vendidos nos EUA, a dependência de componentes importados permanece significativa.

A Tesla também possui fábricas de automóveis em Xangai e próximo a Berlim. Oportunamente, essas unidades atendem grande parte do mercado fora dos Estados Unidos. Mesmo assim, a empresa interrompeu as vendas de alguns veículos para a China, como os Model S e X. Além disso, parou de importar componentes chineses devido às crescentes tensões comerciais entre os dois países.

O futuro incerto e as possíveis soluções para a crise da Tesla

Analistas financeiros questionam cada vez mais as projeções otimistas de Musk. Frequentemente, o CEO promete avanços tecnológicos revolucionários que demoram a se materializar. O sistema de direção autônoma completa, por exemplo, foi anunciado diversas vezes como iminente nos últimos anos. Contudo, sua implementação plena continua sendo adiada devido a desafios técnicos e regulatórios.

A queda nas ações da Tesla gerou um movimento entre investidores exigindo mudanças na governança da empresa. Em especial, muitos defendem que Musk deveria concentrar-se exclusivamente em suas funções como CEO. Alguns acionistas chegaram a propor formalmente a renúncia do empresário do cargo de CEO da Tesla. Enquanto isso, o conselho administrativo mantém apoio público ao bilionário.

O mercado de veículos elétricos continua em expansão globalmente. Paradoxalmente, a Tesla perde participação nesse crescimento. Sobretudo nos mercados emergentes, onde fabricantes locais oferecem alternativas mais acessíveis. Na Europa, marcas tradicionais como Volkswagen e Renault avançam rapidamente no segmento elétrico com modelos populares.

A Tesla ainda possui vantagens competitivas importantes. Notadamente, sua rede proprietária de carregadores e tecnologias de baterias avançadas. O Supercharger é considerado por muitos como a melhor infraestrutura de carregamento disponível atualmente. Ademais, a empresa continua liderando em inovações relacionadas à densidade energética e durabilidade de baterias.

A empresa precisa urgentemente diversificar seu portfólio de produtos para recuperar crescimento. Ora lançando veículos mais acessíveis, ora explorando novos segmentos de mercado. Além disso, analistas recomendam que a Tesla considere parcerias estratégicas com outras fabricantes para diluir custos de desenvolvimento. Talvez essas alianças possam acelerar a introdução de novas tecnologias e modelos.

A crise atual representa um ponto de inflexão na história da Tesla. De um lado, a empresa ainda mantém status de liderança simbólica no mercado de elétricos. De outro, enfrenta desafios financeiros, operacionais e de imagem sem precedentes. Portanto, as decisões tomadas nos próximos meses determinarão se a pioneira em carros elétricos conseguirá reverter sua trajetória descendente.

O envolvimento político de Musk claramente impactou a percepção pública da marca Tesla. Seguramente, a empresa precisa avaliar como equilibrar as atividades externas de seu CEO com as necessidades do negócio. Possivelmente, uma separação mais clara entre a figura pública de Musk e a identidade corporativa da Tesla beneficiaria a companhia no longo prazo.

Cenários possíveis para o futuro da Tesla

Diferentes cenários se apresentam para o futuro da empresa nos próximos anos. Primeiramente, a Tesla pode conseguir lançar com sucesso seu modelo de entrada e recuperar momentum. Alternativamente, a empresa pode continuar perdendo mercado e enfrentar dificuldades financeiras crescentes. No pior cenário, poderia até mesmo tornar-se alvo de aquisição por competidores maiores ou fundos de investimento.

O mercado de veículos elétricos permanecerá altamente competitivo nos próximos anos. Sem dúvida, a Tesla precisará inovar constantemente para manter relevância. Com efeito, a vantagem tecnológica inicial da empresa diminui a cada lançamento de concorrentes. À medida que a tecnologia de baterias e motores elétricos se torna mais acessível, a diferenciação torna-se mais desafiadora.

Investidores mantêm opiniões divididas sobre o futuro da empresa. Alguns acreditam que a atual crise é temporária e que a Tesla eventualmente retomará o crescimento. Outros argumentam que a combinação de má gestão, concorrência acirrada e distrações políticas criou problemas estruturais. Certamente, o consenso entre analistas financeiros nunca esteve tão fragmentado em relação ao futuro da montadora.

A Tesla revolucionou a indústria automotiva ao provar a viabilidade comercial de veículos elétricos. Inquestionavelmente, seu legado já está garantido na história da tecnologia e dos transportes. Contudo, isso não garante sua sobrevivência em um mercado cada vez mais competitivo. Definitivamente, a empresa precisa reinventar-se para manter sua posição de destaque.

O futuro da mobilidade elétrica avançará com ou sem a liderança da Tesla. Indubitavelmente, a transição global para transportes mais sustentáveis continua acelerando. Possivelmente, novas empresas surgiram como líderes nesse mercado em transformação. Provavelmente, a próxima década trará mudanças profundas no panorama competitivo da indústria automotiva mundial.

A história da Tesla continua sendo escrita diariamente. De qualquer forma, sua influência na indústria automotiva já é inegável e permanente. Desde já, observadores atentos aguardam os próximos capítulos dessa trajetória turbulenta. Finalmente, apenas o tempo dirá se a empresa conseguirá superar seus desafios atuais e recuperar o status de líder inquestionável no mercado de veículos elétricos que já ocupou no passado.

Perguntas frequentes sobre a crise da Tesla

Quanto caíram os lucros da Tesla no primeiro trimestre de 2025? 

Primeiramente, os lucros da Tesla despencaram 71% no primeiro trimestre de 2025. Além disso, a empresa registrou apenas US$409 milhões, em comparação com US$1,1 bilhão no mesmo período de 2024. Consequentemente, este resultado representa o terceiro trimestre consecutivo de queda.

Por que as ações da Tesla estão em queda? 

Principalmente, as ações da Tesla perderam aproximadamente metade do seu valor desde meados de dezembro de 2024. Aliás, diversos fatores contribuem para essa desvalorização, incluindo o envolvimento de Musk no governo Trump. Ademais, a concorrência crescente de fabricantes chineses e tradicionais também pressiona o valor das ações.

O Cybertruck foi um sucesso comercial? 

Contrariamente às expectativas, o Cybertruck revelou-se um fracasso comercial. De fato, as vendas caíram aproximadamente 50% no primeiro trimestre em comparação com o final de 2024. Inclusive, a Tesla chegou a oferecer descontos de até US$8,5 mil para tentar impulsionar as vendas deste modelo.

Qual é a estratégia da Tesla para recuperar mercado? 

Essencialmente, a Tesla aposta em duas estratégias principais para recuperação. Por um lado, planeja lançar um veículo de menor custo para ampliar sua base de consumidores. Por outro lado, investe fortemente no desenvolvimento de tecnologia de inteligência artificial para veículos autônomos.

Como o envolvimento político de Musk afetou a Tesla? 

Notavelmente, o envolvimento de Musk no governo Trump e seu apoio a movimentos de extrema direita polarizaram a percepção pública da marca. Portanto, muitos consumidores tradicionais da Tesla, frequentemente mais progressistas, afastaram-se da marca. Adicionalmente, protestos resultaram em vandalismo contra lojas e veículos da empresa em diversos países.

Filipe Andrade

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