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Dólar supera R$ 5,80 enquanto Bolsa oscila com queda da Petrobras após resultado

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O mercado financeiro brasileiro apresentou movimentos distintos nesta quinta-feira (27). O dólar valorizou 0,57%, sendo negociado a R$5,83, ultrapassando a barreira dos R$5,80 pela primeira vez desde o início de fevereiro. Já o Ibovespa, principal índice da B3, oscilou entre perdas e ganhos ao longo do dia, refletindo principalmente o impacto negativo das ações da Petrobras, que chegaram a cair mais de 9% após a divulgação do balanço anual.

A Petrobras anunciou um lucro líquido de R$36,6 bilhões em 2024, representando uma queda expressiva de 70,6% em comparação ao ano anterior. No quarto trimestre, a estatal registrou prejuízo de R$17 bilhões, revertendo o lucro de R$31 bilhões do mesmo período de 2023. Com isso, a empresa perdeu aproximadamente R$24,5 bilhões em valor de mercado em um único dia, recuando de R$516 bilhões para R$491,4 bilhões.

O resultado da petrolífera foi impactado principalmente pela deterioração do ambiente externo, com queda nos preços do petróleo e nas margens internacionais do segmento de refino, além da redução de 3,8% na produção. Analistas destacaram também que o aumento nas despesas com investimentos, que superaram o limite da projeção anual em US$2,1 bilhões, comprometeu a distribuição de dividendos.

Apesar da queda significativa das ações da Petrobras, outros papéis como os da Ambev e da Embraer, que subiram respectivamente 5,98% e 12,53%, ajudaram a sustentar o Ibovespa. A Embraer, inclusive, anunciou um aumento de oito vezes em seu lucro líquido em 2024, alcançando o melhor resultado de sua história.

No cenário econômico doméstico, o IBGE divulgou que a taxa de desemprego subiu para 6,5% no trimestre até janeiro, um aumento de 0,3 ponto percentual em relação ao trimestre encerrado em outubro. Apesar da elevação, o índice ficou abaixo dos 6,6% esperados pelos analistas e representa a menor taxa para o período na série histórica iniciada em 2012.

No âmbito internacional, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou que as tarifas propostas sobre importações do México e do Canadá entrarão em vigor em 4 de março. Ele também anunciou uma tarifa adicional de 10% sobre produtos chineses a partir da mesma data, aumentando a tensão comercial global e pressionando ainda mais os mercados emergentes.

O Banco Central brasileiro agora enfrenta um cenário desafiador para sua próxima reunião em março, com a inflação persistente, evidenciada pela aceleração do IPCA-15 para 1,23% em fevereiro, e o mercado de trabalho ainda aquecido. Esses fatores tornam mais provável a manutenção ou até mesmo a elevação da taxa Selic, atualmente em 13,25%.

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