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Demanda por crédito no Brasil registra maior alta em três anos

O mercado de crédito brasileiro iniciou 2025 com sinais expressivos de recuperação. De acordo com o Índice Neurotech de Demanda por Crédito (INDC), a procura por financiamentos cresceu 5% em janeiro deste ano comparado a dezembro de 2024, e impressionantes 22% na comparação com janeiro do ano anterior.
Melhor resultado desde 2022
O aumento de 22% na comparação interanual representa o maior crescimento desde maio de 2022, quando o índice havia registrado alta de 29%. Este dado é particularmente significativo considerando que janeiro tradicionalmente é caracterizado como um período de maior cautela financeira por parte dos consumidores, que geralmente utilizam o mês para reorganizar suas finanças após as despesas de final de ano.
Serviços lideram a expansão
Um fenômeno notável nesta retomada é a mudança de protagonismo setorial. Enquanto historicamente o comércio costumava determinar as tendências do mercado de crédito, o setor de serviços assumiu a liderança neste ciclo de crescimento. A busca por crédito no segmento de serviços cresceu surpreendentes 73% em janeiro, na comparação com o mesmo período de 2024.
Este segmento inclui empresas que atuam com serviços diretos não financeiros, como companhias de energia, telefonia, empresas de tags veiculares e aplicativos de locação, entre outras modalidades.
Recuperação do varejo
Outro indicador positivo vem do setor varejista, que registrou crescimento de 31% na comparação interanual. O resultado é especialmente relevante porque o setor não apresentava variação positiva desde julho de 2023, indicando uma possível reversão da tendência de retração observada anteriormente.
Na comparação mensal, o varejo teve desempenho ainda mais expressivo, com alta de 42% na demanda por crédito em janeiro em relação a dezembro de 2024, superando inclusive o setor de serviços, que cresceu 30% no mesmo período.
Instituições financeiras em ritmo distinto
Em contraste com os setores de serviços e varejo, o segmento que engloba bancos e demais instituições financeiras apresentou comportamento mais moderado, com crescimento de apenas 2% na comparação anual. No comparativo mensal, este segmento registrou queda significativa de 50% em relação a dezembro.
Esta disparidade entre setores sugere uma redistribuição na dinâmica do mercado de crédito, com consumidores possivelmente buscando alternativas de financiamento fora do sistema bancário tradicional.
Perspectivas para 2025
O início promissor do ano para o mercado de crédito pode sinalizar uma tendência de recuperação econômica mais ampla, especialmente se a demanda por financiamentos se sustentar nos próximos meses. O crescimento consistente desde outubro do ano passado indica que esta pode ser uma tendência com bases mais sólidas, e não apenas um movimento sazonal ou pontual.
A expansão do crédito, especialmente nos setores de serviços e varejo, pode contribuir para um ciclo virtuoso de consumo e investimentos, fundamentais para a consolidação do crescimento econômico em 2025.