Indústria alimentícia brasileira atinge faturamento histórico de R$ 1,27 trilhão em 2024

A indústria brasileira de alimentos e bebidas registrou desempenho expressivo em 2024, com faturamento de R$1,277 trilhão, representando crescimento de 9,98% em comparação a 2023. O setor consolidou sua relevância na economia nacional, correspondendo a 10,8% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

O mercado interno foi responsável por 72% do faturamento total, alcançando R$ 918 bilhões, enquanto as exportações responderam por 28%, totalizando US$ 66,3 bilhões. A produção industrial do setor atingiu 283 milhões de toneladas de alimentos, um aumento de 3,2% em relação ao ano anterior.

O Brasil manteve a liderança mundial na exportação de alimentos industrializados em volume pelo terceiro ano consecutivo. Em 2024, foram exportadas 80,3 milhões de toneladas, superando em 10,4% o resultado de 2023. A Ásia permaneceu como principal destino, absorvendo 38,7% das exportações, com destaque para a China (14,9%), seguida pela Liga Árabe (18,9%) e União Europeia (12,6%).

Os investimentos do setor somaram R$40 bilhões em 2024, distribuídos entre inovações (R$24,9 bilhões) e fusões e aquisições (R$13,8 bilhões). Nos últimos dois anos, o setor já investiu R$74,7 bilhões, ultrapassando 62% da meta estabelecida para o período 2023-2026.

Em Minas Gerais, o setor alcançou faturamento de R$140 bilhões, um crescimento de 12,90% em relação a 2023, mantendo participação de 13,1% no PIB estadual. O estado conta com 6,6 mil empresas do setor, gerando 242 mil empregos diretos e 969 mil indiretos.

A indústria enfrentou desafios significativos ao longo de 2024, incluindo aumentos nos custos de produção devido à alta nos preços das commodities agrícolas, embalagens e energia. Eventos climáticos adversos, como enchentes no Rio Grande do Sul e estiagens prolongadas em diversas regiões, impactaram a safra de grãos e a qualidade das pastagens. Apesar disso, o setor conseguiu limitar o repasse aos consumidores, com inflação de alimentos industrializados registrando 7,7% segundo o IPCA-IBGE, abaixo do aumento médio dos custos de produção, que foi de 9,3%.

A agricultura familiar manteve papel fundamental no abastecimento da indústria, que processou 68% da produção deste segmento, com destaque para produtos como aves, cacau, café, goiaba, leite, mandioca e suínos em diferentes estados brasileiros.