O preço do ovo alcançou valores históricos nos supermercados de Belo Horizonte e de diversas regiões do Brasil. Atualmente, um pente com trinta unidades chega a custar R$ 30, refletindo uma alta generalizada.
Na semana passada, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP) apontou que o ovo atingiu o maior preço diário no atacado desde maio de 2013, quando a série histórica foi iniciada.
Primeiramente, a demanda sazonal é um dos fatores que impulsionam a elevação dos preços. Durante a Quaresma, muitas pessoas substituem o consumo de carnes vermelhas por proteínas brancas, como frango e ovos.
Esse fenômeno é tradicional e ocorre todos os anos. No entanto, o aumento de preços tem sido mais expressivo em 2024.
Além disso, os custos de produção das granjas também subiram. A Alimentação das aves, principal despesa dos produtores, sofreu reajustes significativos.
O preço do milho aumentou cerca de 30%, enquanto os insumos de embalagem tiveram um acréscimo de mais de 100% nos últimos oito meses.
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Outro fator relevante é o impacto do clima. Altas temperaturas comprometem a produtividade das aves, reduzindo a oferta de ovos. Essa combinação de fatores torna o reajuste nos supermercados inevitável.
Diante da alta dos preços das carnes, muitos consumidores passaram a recorrer ainda mais aos ovos como alternativa acessível.
No entanto, com o preço do ovo também elevado, algumas famílias têm reduzido a quantidade comprada ou buscado versões menores do produto.
Outra preocupação é a redução do tamanho dos ovos. Recentemente, uma portaria do Ministério da Agricultura alterou as categorias de peso, diminuindo a gramatura média dos ovos em aproximadamente 10 gramas por unidade.
Antes, um ovo médio deveria ter mais de 50 gramas, mas agora pode pesar entre 38 g e 47 g. Essa alteração gera impacto direto no custo-benefício para o consumidor.
Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a expectativa é que o mercado se normalize após a Quaresma.
Historicamente, os preços tendem a se estabilizar à medida que o consumo de outras proteínas volta a crescer.
Apesar disso, alguns desafios ainda persistem. O custo da rão continua elevado, e a oferta pode permanecer restrita caso as condições climáticas não melhorem.
No cenário internacional, os Estados Unidos também enfrentam uma crise no setor, com alta de 15% no preço dos ovos em um mês e estoques reduzidos devido às preocupações com a gripe aviária.
Portanto, é possível que os valores sigam elevados por mais algum tempo.
Para o consumidor brasileiro, isso significa que o preço do ovo pode continuar pressionando o orçamento das famílias.
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