Na metade do ano de 2024, a Serasa Experian divulgou por meio do “Relatório de Identidade Digital e Fraude 2024”, que 42% dos brasileiros foram vítimas de golpes financeiros no país. Nesse sentido, esse dado resulta em quatro a cada 10 brasileiros. Além disso, o salário mínimo atual no Brasil é de R$ 1.412 e segundo a pesquisa 57% das pessoas que sofreram golpes perderam em média R$2.288. Do mesmo modo, esse valor contabiliza quase um mês e meio de trabalho, para quem ganha um salário-mínimo.
Ainda de acordo com a empresa de regularização de débitos, na última atualização feita em maio, o Brasil possuía 72, 54 milhões de pessoas com o nome negativado. Pensando nisso, o advogado Thacísio A. Rio, especialista em direito do consumidor, junto com Jaqueline Coelho, coordenadora de Compliance da Card – empresa especialista em maquininhas de cartões – dão dicas de como evitar fraudes e golpes financeiros. Veja a seguir:
Os consumidores que foram vítimas de fraudes com máquinas de cartão de crédito têm uma série de direitos que devem ser assegurados. “A princípio, é fundamental que o consumidor entre em contato imediatamente com a instituição financeira emissora do cartão para relatar a fraude e solicitar o bloqueio do cartão. Além disso, o consumidor tem o direito de contestar as transações fraudulentas junto à operadora do cartão, que deve proceder com a investigação e, se constatada a fraude, realizar o estorno dos valores indevidamente cobrados”, ressalta o advogado especialista em direito do consumidor Thacísio A. Rio.
O advogado também orienta sobre fraudes em estabelecimentos comerciais. “Também é responsabilidade do estabelecimento comercial que possui a máquina de cartão assegurar que seus equipamentos estão em conformidade com as normas de segurança e, em caso de falha, pode ser responsabilizado por danos causados ao consumidor. Ainda mais, é importante que o consumidor documente todas as etapas do processo, mantendo registros de comunicações e relatórios de fraude para respaldar possíveis ações judiciais, se necessário”, ensina.
A modalidade de pagamento com aproximação veio para ajudar comerciantes e compradores a ganhar tempo, tornando o pagamento mais rápido e prático, pois não há necessidade de abrir o aplicativo do banco para fazer o pix ou digitar a senha do cartão. Porém, esta modalidade, apesar de rápida e eficiente, possui os seus riscos.
“Atualmente, até um celular vira ‘maquininha’ e todo cuidado é pouco; o uso de ‘protetores Rfid’ (Radio-Frequency Identification – Identificação por Radiofrequência) pode evitar maiores problemas em cartões que estão liberados para pagamento por aproximação. Este tipo de protetor de cartão é feito com um tecido tecnológico que impede a passagem de ondas eletromagnéticas, evitando que, na correria do dia-a-dia, seu cartão seja debitado sem você perceber numa aglomeração, por exemplo. Caso ainda sinta insegurança, desabilitar a função pagamento por aproximação do seu cartão através do aplicativo do banco é o melhor caminho”, orienta Jaqueline Coelho, coordenadora de Compliance, da Card.
Desconfie de ligações falando que é do banco do seu cartão de crédito ou conta salário. “Quando receber uma ligação deste tipo, suspeite! Não passe nenhum dado pessoal ou bancário e ligue diretamente para o seu banco ou gerente, e se informe sobre a veracidade do assunto abordado. Desconfie principalmente que uma ligação é suspeita se o atendente pedir para continuar a conversa pelo WhatsApp e solicitar quaisquer movimentações bancárias”, alerta.
A Coordenadora ressalta também a importância de estar atento aos SMS do tipo phishing. “Esta prática tem sido comum. Os fraudadores enviam um SMS se identificando como Banco, informando sobre alguma compra realizada e pedindo confirmação através de um link; uma vez acessado este link falso, um malware é instalado no celular, permitindo acesso a todas as suas informações mantidas no aparelho”, destaca.
Fique de olho na sua fatura do cartão e extrato bancário. “Crie o hábito de todos os dias olhar o extrato tanto do seu cartão de débito ou de crédito e certifique que todas as compras foram realmente feitas por você. Caso suspeite de uma compra, você tem até 90 dias para acionar a Bandeira e contestá-la. Caso identifique uma compra que não foi realizada por você, bloqueie o cartão imediatamente”, recomenda.
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