A venda da rede do restaurante Outback, famosa no Brasil, pode realmente acontecer em suas operações no país. A Bloomin’ Brands, empresa que controla o Outback, está considerando vender suas operações brasileiras. Recentemente, a empresa registrou uma queda nas vendas no Brasil e um prejuízo no primeiro trimestre de 2024.
Nesse sentido, a Bloomin’ Brands anunciou que está explorando alternativas estratégicas para suas operações no Brasil. Além disso, essas alternativas têm o objetivo de maximizar o valor para os acionistas. Entre as opções consideradas, está a possível venda das operações. No entanto, isso não significa que as lojas do Outback no Brasil irão fechar. A empresa reafirmou seu compromisso de manter os restaurantes operando normalmente, proporcionando uma experiência excepcional aos clientes.
A operação brasileira do Outback é segunda mais importante do mundo para a Bloomin’ Brands, perdendo apenas para os Estados Unidos, onde fica a sede da empresa. Em 2023, as operações internacionais da rede geraram US$ 84 milhões (cerca de R$ 432 milhões). O Brasil foi responsável por 87% desse faturamento internacional. Atualmente, a Bloomin’ Brands opera 159 restaurantes do Outback no Brasil, além de 16 unidades da rede Abbraccio e duas da Aussie Grill.
Nesse sentido, mesmo com essa importância, a Bloomin’ Brands está considerando a venda do controle da operação brasileira devido a dificuldades financeiras. Do mesmo modo, entre janeiro e março deste ano, a receita global da empresa caiu 4%, totalizando pouco menos de US$ 1,2 bilhão (ou R$ 6 bilhões). As vendas mais baixas globalmente e o fechamento de restaurantes contribuíram para essa queda. No Brasil, as vendas do Outback recuaram 0,7%.
Consequentemente, a Bloomin’ Brands registrou um prejuízo de US$ 83,9 milhões (R$ 432 milhões) no primeiro trimestre, contrastando com um lucro de US$ 91,3 milhões (R$ 470 milhões) no mesmo período do ano passado. A empresa atribuiu parte desse prejuízo ao impacto da anulação da isenção do imposto sobre valor agregado no Brasil. O g1 solicitou mais detalhes à Bloomin’ Brands sobre quais isenções afetaram a receita, mas não obteve resposta até a publicação da reportagem.
No final do ano passado, uma medida provisória enviada pelo governo ao Congresso previa o fim do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse). Esse programa, iniciado durante a pandemia, tinha como objetivo impulsionar bares, restaurantes e o setor de eventos. A medida só entraria em vigor em abril deste ano, após o período de apuração dos resultados do primeiro trimestre da empresa. No entanto, o governo optou por manter o Perse até 2026.
A Bloomin’ Brands está avaliando se a venda do controle do Outback no Brasil poderia trazer um alívio financeiro. Nada está definido ainda, e a empresa está estudando as possibilidades do negócio, sem prazo para tomar uma decisão. Enquanto isso, a empresa descarta retirar a marca do país, já que o Brasil representa uma parte significativa da receita. A operação pode mudar de um modelo de liderança para um esquema de licenciamento.
Ainda mais, se a decisão for vender o controle, outras empresas ou fundos precisarão demonstrar interesse em adquirir o negócio. Isso iniciaria o processo de diligência e transição de controle. Um caso recente semelhante é o da Starbucks no Brasil. A SouthRock, controladora da marca no país, entrou em processo de recuperação judicial devido a uma dívida bilionária. Com isso, perdeu o direito de operar a rede de cafeterias no Brasil. A ZAMP, dona do Burger King e do Popeyes, está avaliando a possível compra das operações da Starbucks.
Portanto, o futuro do Outback no Brasil depende das decisões estratégicas da Bloomin’ Brands. A empresa está em busca de alternativas que possam trazer estabilidade financeira, sem comprometer a presença da marca no país. Os clientes brasileiros podem continuar desfrutando da experiência Outback enquanto as negociações estão em andamento. A continuidade das operações é essencial para manter o relacionamento com os consumidores e a relevância da marca no mercado brasileiro. As decisões finais da Bloomin’ Brands definirão o rumo do Outback no Brasil e seu impacto no setor de restaurantes.
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