Internacional
Venezuela recorre à venda de estatal para reverter crise
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou na semana passada a venda de ações de estatal para reverter crise. A medida é uma das tentativas de reverter o colapso econômico enfrentado pela Venezuela desde 2015, onde o país enfrentou escassez de alimentos e produtos básicos, além da maior inflação das Américas.
“Empresas precisam de capital para seu desenvolvimento. Precisamos de tecnologia, precisamos de novos mercados e iremos avançar. “ Disse Maduro, sinalizando que a venda de ações de estatal pode ajudar a reverter crise na Venezuela.
Desde o governo de Hugo Chávez, que esteve no comando da Venezuela por 14 anos, várias medidas nacionalistas e estatizantes foram tomadas. Seu slogan era: “Tudo que foi privatizado, será nacionalizado”. Grandes empresas privadas de vários ramos foram tomadas pelo controle estatal. Setores de siderurgia, agricultura, bancário, mineração de ouro, telecomunicações, alimentos, energia elétrica e transporte foram nacionalizados. Além disso, foi implementado o controle de preços e do mercado de câmbio.
Entre 2014 e 2015, após 15 anos da adoção da medidas socialistas de Chávez, a Venezuela entrou na pior crise econômica de sua história. Escassez generalizada, fome, miséria e violência tomaram conta do país.
De acordo com a Bloomberg News, o atual presidente venezuelano, durante seu mandato, começou discretamente a tentar transferir ativos do Estado de volta para investidores privados em um esforço para reverter o colapso econômico do país.
Atualmente, o governo indicou medidas econômicas que vão na direção oposta ao controle estatal das empresas. Maduro informou em pronunciamento no canal estatal VTV que: “Colocaremos à venda entre 5% e 10% das ações de várias empresas públicas para o investimento nacional, fundamentalmente, ou internacional, e você poderá se tornar um investidor”. Contudo, a transferência das ações ainda não foi anunciada publicamente.
E minutos após o pronunciamento o presidente tuitou informando que está “aberto a ouvir novas propostas, ideias e visões, para que a Venezuela se recupere. Reitero meu apelo a todos os venezuelanos. Vamos deixar a mesquinhez de lado, é hora de trabalharmos unidos e consolidarmos esta primeira etapa do crescimento da economia real”.
“Com a economia despencando de um penhasco e centenas de empresas estatais falidas, o governo venezuelano está abandonando a doutrina socialista ao transferir empresas-chave para investidores privados, oferecendo lucro em troca de uma parcela da receita ou produtos”, escreveram as jornalistas Fabiola Zerpa e Nicolle Yapur, de Caracas.