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Estádio do Atlético contrai dívida milionária para pagar obra

Filipe Andrade

Publicado

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O estádio do Atlético Mineiro anunciou a emissão de uma CRI (Certificados de Recebíveis Imobiliários) que são promessas de pagamentos em dinheiro e são lastreados em créditos imobiliários como antecipação de recebíveis para a obra da Arena MRV.

Além disso, o valor total da captação gira em torno de R$ 200 milhões e será distribuído na plataforma da corretora Vitreo.

A CRI que o Estádio do Atlético emitiu é título de renda fixa de crédito privado e é isento de Imposto de Renda para pessoas físicas. Ainda mais, o investimento tem taxa de CDI + 4% ao ano.

Nesse sentido, o certificado tem o benefício do pagamento de juros mensais. Em outras palavras, o investidor recebe seus pagamentos ao longo do investimento, sem precisar esperar pelo vencimento. Nesse sentido o benefício contribui com a diminuição do risco.

Recentemente o banco central divulgou o novo valor da taxa selic que atualmente está em 12,75%. Com isso, a CRI da Arena MRV pagaria cerca 17,26% ao ano.

Estádio do Atlético (Arena MRV)

Segundo o clube, o estádio contará com 18 portões, distribuídos por 9 setores de arquibancada: 4 inferiores e 5 superiores, ao todo serão 46 mil torcedores na casa do Galo. Além dos espaços fechados, a Arena MRV ainda terá ambientes abertos.

O obra teve início em 2020 após longo processo para aprovação dos órgãos regulamentadores e a venda de 51,1% do shopping Diamond Mall no bairro de Lourdes em Belo Horizonte.

Venda do Clube Atlético Mineiro

Recentemente, foi noticiado uma possível oferta para o Atlético no valor de R$ 1 bilhão dos proprietários do clube inglês Manchester City.

Entretanto, ao que tudo indica, os envolvidos na direção do Atlético-MG não ficaram demasiadamente contentes com o valor oferecido, considerado baixo por dirigentes.

Nesse sentido, o City Football Group busca um time para investirem na América do Sul. A princípio, a proposta bilionária seria referente à compra de 51% de um possível clube-empresa do Galo (SAF – Sociedade Anônima do Futebol).

Nota da assessoria de imprensa da Arena MRV

Em contato com o Mercado Hoje, o Assessor de Imprensa, Rivelle Nunes, enviou uma nota com a explicação detalhada de toda a operação que segue abaixo:

A Arena MRV possui aproximadamente 450MM entre valores vendidos e ainda não recebidos e a performar das suas propriedades (cadeiras, camarotes e patrocínios). Esses dados foram apresentados para os conselheiros do clube, na última reunião realizada na semana passada, e também à torcida e imprensa no Galo Business Day.

Com esse valor ainda a receber, existe um descasamento de fluxo de caixa no empreendimento. Para melhor entendimento, vendemos cadeiras/camarotes parcelados em até 72 vezes e necessitamos do recurso de forma imediata para finalizar a construção. Importante ressaltar que sempre foi informado que um dos principais recursos para viabilizar a obra é a venda das cadeiras cativas.

Nesse sentido, a Arena MRV realizou uma operação de crédito, como se fosse uma antecipação de recebível no montante de 200MM, e o contas a receber foi colocado como garantia de pagamento, em uma movimentação perfeitamente normal no mercado da construção civil. Essa operação está descrita, nas Demonstrações Financeiras da Arena MRV, disponibilizadas no portal da transparência do Atlético.

Após consultas e cotações com as mais diversas entidades financeiras, a que apresentou as melhores condições para Arena MRV foi uma operação estruturada de CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários), no qual a Arena MRV emite títulos para venda, lastreado no contas a receber do estádio, e com destinação total para a conclusão da obra.

Ressaltamos também que os CRIs poderão ser negociados entre investidores qualificados, tais como corretoras e suas plataformas de investimentos, dentre outros. Esta é a razão do produto estar sendo anunciado no mercado.

Importante explicar que para a obra continuar no ritmo que estamos acostumados a acompanhar desde o início do projeto, necessitamos desse recurso agora para finalizarmos o empreendimento. Ou seja, faz parte do “Funding” da obra.

O que é fundamental esclarecer é que essa operação de crédito em nada altera o projeto inicial da Arena MRV. O estádio tem como seu único acionista o Atlético. O que ocorreu foi apenas uma operação de crédito para enquadramento do fluxo de caixa da obra.

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